sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Ainda a Justiça em 1 setembro de 2011

... (continuando)

É muito conhecida a orientação de Platão (Górgias) que a Justiça é condição de felicidade. E até na referência sobre Sócrates (posto que este nada deixou escrito) afirma que o homem injusto não pode ser feliz.

Na República, no primeiro livro, Platão afirmou que a Justiça é virtude e deve ser o fundamento da constituição da cidade-estado. Nesta obra faz uma crítica a diversas concepções da acepção do termo e do fundamento da Justiça. Afasta de plano a chamada lei do talião (olho-por-olho) e entende inaceitável a aplicação da violência para restabelecimento de ato considerado injusto ou que causou um desequilíbrio, que pode ser provocado por qualquer tipo de excesso. Em verdade adiciona o conceito da não violência ao entendimento da chamada concepção de "Justiça Cósmica". Entendida esta quando configurada a usurpação de uma coisa. Cada coisa deve ocupar o seu lugar. O desequilíbrio gerará o excesso e cada coisa deixará de ocupar o seu lugar. É a interferência numa ordem determinada ou pré-determinada. Platão adota essa concepção aumentada do conceito do restabelecimento pela não-violência. Tampouco admite que a Justiça seja, como afirmavam os Sofistas, o interesse do mais forte, ou em outras palavras, para os Sofistas, a Justiça seria um modo de servir aos interesses próprios de quem detém o poder, que acabaria encobrindo os interesses particulares desses detentores. Platão é contrário a idéia de que Justiça é fazer bem aos amigos em detrimento ou dano dos inimigos. Platão também estende o conceito da Justiça entendendo-a como felicidade e tomando-a dentro do conceito social a um determinado grupo ou classe da sociedade. Entende que numa sociedade justa haverá Justiça para todos. Platão afirma que o homem justo é feliz. Por isso entende que a Justiça é uma das coisas ou bens que é desejável por si mesma.

(continua)...

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